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A VIDA NUM NAVIO DE CRUZEIROS

Raquel Dias, uma jovem de 29 anos, nascida em São Paulo e criada na cidade de Piracicaba, teve seu interesse em trabalhar a bordo despertado após concluir a faculdade e se deparar com a pergunta “o que faço agora?”. Sem falar inglês e sem recursos para um intercâmbio, Raquel trabalhava em um clube frequentado pela alta sociedade de Piracicaba, onde suas alunas idosas retornavam de viagens de navio e sempre lhe diziam que esse tipo de trabalho “combinava com ela, era a cara dela”. Essa ideia foi crescendo em seu coração até que ela decidiu pesquisar sobre como ingressar nessa área. Sua única certeza era que queria encontrar algo na vida que lhe desse a oportunidade de viajar. Raquel pesquisou sobre au pair, intercâmbio e trabalho em hotéis/resorts, até que descobriu que trabalhar em navios seria ideal para ela, tanto financeiramente quanto para satisfazer sua paixão por viagens. Determinada, ela procurou uma escola de inglês e desafiou seu professor a torná-la fluente em seis meses, pois ela iria participar do processo seletivo de navios. Embora ele tenha rido, oito meses depois Raquel embarcava em seu primeiro contrato para a Ásia (Japão, China, Vietnã, Filipinas) como professora de dança.

No entanto, a pandemia chegou e Raquel teve que desembarcar, retornando ao Brasil onde tudo parou. Ela voltou a trabalhar como personal trainer em sua cidade e foi nesse período que ela conheceu seu marido. Em apenas um ano, eles se casaram durante o lockdown e Raquel deixou claro desde o início que, se ele quisesse ficar com ela, teria que sair do Brasil. Ele aceitou o desafio. A ideia inicial era irem para a Austrália fazer um intercâmbio e não voltarem mais, mas os planos mudaram devido ao aumento dos valores e ao fechamento das fronteiras. Decidiram então vir para a Irlanda com o objetivo de proporcionar ao marido de Raquel uma imersão ainda maior no idioma, para que ele pudesse passar na entrevista e, juntos, embarcarem novamente em um navio.

Oito meses após o casamento, o sonho de Raquel se realizou quando ela passou no processo seletivo da Royal Caribbean, sua empresa dos sonhos. Ela deixou seu marido no Brasil e partiu novamente. Durante esse contrato, atuou como instrutora de surf e outras atividades esportivas, arrecadando assim o dinheiro necessário para o intercâmbio e a mudança para a Irlanda.

No próximo ano, os planos são de que eles embarquem juntos em um navio e, quanto à Austrália, por enquanto, a ideia foi deixada de lado.

A história de Raquel Dias é inspiradora, mostrando como a determinação e o desejo de viajar podem nos levar a lugares inimagináveis. Sua coragem em buscar novas oportunidades e se reinventar é uma lição para todos nós. Que ela continue trilhando seu caminho e aproveitando ao máximo essa incrível jornada a bordo dos navios de cruzeiro.

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