MULHER TRANS, CAMINHONEIRA E ARTISTA – Mulher Abacaxi | Bolder Podcast 450

Neste episódio imperdível do Bolder Podcast, Fillipe Cardoso entrevista Marcela Porto, a icônica “Mulher Abacaxi”. Prepare-se para uma conversa franca e profunda sobre a vida multifacetada de Marcela como caminhoneira, empresária e artista, além de suas vivências como uma mulher trans navegando entre o Brasil e a Irlanda do Norte. Se você busca entender a realidade da vida trans na Irlanda e os desafios enfrentados, este post é para você.

De Caminhoneira a Mulher Abacaxi: Uma Trajetória Única

Raízes e Rodas: A Carreira de Caminhoneira

Marcela Porto cresceu no Rio de Janeiro em uma família de caminhoneiros e, ainda jovem, começou a dirigir caminhões. No podcast, ela enfatiza que a gestão de sua frota de caminhões é o que lhe proporciona estabilidade financeira, algo muitas vezes ausente no mundo artístico. Bolder questiona sobre a licença para dirigir veículos de grande porte, e Marcela confirma que possui licença categoria S e também é operadora de equipamentos pesados.

O Nascimento da Mulher Abacaxi

A incursão de Marcela no mundo artístico foi inspirada por seu irmão, um diretor de teatro. O nome “Mulher Abacaxi” surgiu de forma curiosa: ela estava fazendo uma entrega de abacaxis perto da Furacão 2000, famosa empresa de funk brasileiro, e o apelido pegou. Ela se tornou conhecida por sua persona única, que mistura humor com sua identidade como mulher trans.

Desafios e Revelações: A Vida Pública e Pessoal

Redes Sociais e Polêmicas

Marcela compartilha no podcast sua experiência com as redes sociais, mencionando que perdeu 400 mil seguidores após um comentário controverso sobre política em um programa de TV. Ela também relata um incidente amplamente divulgado no Carnaval, onde desfilou acidentalmente sem a parte superior de sua fantasia, o que levou à separação de seu então marido após oito anos de casamento.

A Realidade da Mulher Trans: Preconceito, Relacionamentos e Vida na Europa

Preconceito e o Mercado de Trabalho Trans

Marcela destaca o grande preconceito enfrentado por mulheres trans, especialmente no mercado de trabalho. Essa discriminação, segundo ela, muitas vezes as força à prostituição devido à falta de oportunidades. Ela cita um exemplo tocante de uma amiga trans que precisa se disfarçar de homem gay cisgênero para conseguir trabalhar em um salão.

Relacionamentos e a Invisibilidade

Ela explica que homens cisgêneros heterossexuais são frequentemente atraídos por mulheres trans, desafiando a ideia errônea de que apenas homens gays teriam interesse. No entanto, muitos desses relacionamentos permanecem “no sigilo” devido ao preconceito social e ao medo de represálias públicas, especialmente para figuras públicas como jogadores de futebol.

O Debate dos Banheiros e a Realidade Global

Marcela compartilha sua opinião sobre mulheres trans usando banheiros femininos, afirmando que, embora acredite que mulheres trans que se apresentam como mulheres devem usá-los, ela se opõe a homens cisgêneros que se identificam como trans entrando em banheiros femininos. Ela também brinca que banheiros femininos são frequentemente mais sujos que os masculinos. No que diz respeito à comunidade trans, ela observa que, enquanto na Europa há muitos indivíduos trans, eles tendem a ser menos visíveis durante o dia por medo de preconceito, ao contrário do Brasil, onde são mais abertamente vistos. Um paradoxo cruel é apontado: o Brasil tem o maior consumo de conteúdo adulto com pessoas trans, mas também a maior taxa de assassinatos de pessoas trans globalmente.

A Vida na Europa: Desafios e Superações

Marcela narra sua experiência estudando inglês na Irlanda, onde infelizmente foi vítima de um golpe por uma mulher portuguesa. Ela mantém uma base na Irlanda do Norte devido aos laços de seu ex-marido, mas viaja frequentemente. Além disso, ela relata ter sido roubada em uma parada gay na Irlanda, perdendo seu celular de trabalho.

Opiniões Fortes sobre Questões Sociais

Críticas aos Jogos de Azar Online

Marcela condena veementemente as plataformas de jogos de azar online, classificando-as como uma forma de exploração que se aproveita dos pobres e vulneráveis. Ela critica influenciadores que promovem esses jogos, comparando a prática à venda de drogas.

Política e “Politicamente Correto”

Ela discute sua breve incursão na política como pré-candidata a vereadora no Brasil, revelando sua desilusão com a prática generalizada de compra de votos. Marcela acredita que muitos eleitores que aceitam dinheiro e depois reclamam dos políticos são hipócritas. No que diz respeito ao “politicamente correto”, Marcela afirma que se tornou mais cautelosa ao expressar suas opiniões sobre tópicos sensíveis como política, religião e orientação sexual para evitar perder seguidores. Ela também reflete sobre a importância de ser educada em vez de sempre falar a “verdade” de forma direta, pois isso pode ser doloroso.

Conclusão

A conversa de Fillipe Cardoso com Marcela Porto no Bolder Podcast é um mergulho profundo nas complexidades da vida trans, nos desafios da imigração e nas reflexões sobre a sociedade. A história de Marcela é um testemunho de resiliência, autenticidade e a busca constante por um lugar no mundo. Ela encerra a entrevista expressando entusiasmo por um próximo projeto artístico no Brasil e convida a todos a segui-la no Instagram: @mulherabacaxi7.

Para mais histórias inspiradoras de brasileiros vivendo no exterior e discussões relevantes sobre imigração e adaptação, explore outros episódios do Bolder Podcast. [link para outros posts do blog sobre imigração/vida no exterior, se houver]

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