A Jornada Ousada de uma Família: Como 3 Intercambistas na Irlanda Planejaram a Permanência e Superaram Desafios
Enquanto a maioria das pessoas embarca na experiência do intercâmbio sozinha, a família Tasso (Arley, Giovana e o filho T. Felipe) decidiu enfrentar essa jornada em conjunto, provando que é possível viver uma imersão cultural e profissional completa no exterior [00:48].
No episódio de hoje do Bolder Podcast, o Bolder (Fillipe) conversa com essa família intercambista na Irlanda para entender a preparação que os trouxe até Dublin, o valor exato que eles trouxeram para a comprovação financeira e qual o plano de carreira deles para conseguir um cobiçado Visto de Trabalho na Irlanda (Work Permit).
A história dos Tasso é um exemplo de planejamento estratégico, união familiar e, acima de tudo, a quebra de paradigmas sobre o que é “trabalho digno” fora do Brasil.
O Plano de 10 Anos: Por Que a Espera Foi a Chave do Sucesso
O sonho de morar fora começou em 2011, mas o casal teve que adiar os planos porque o estudante de intercâmbio na Inglaterra não podia levar o filho dependente [04:38, 05:05]. Eles aguardaram pacientemente até que T. Felipe completasse 18 anos, a idade mínima para que ele pudesse vir como estudante de intercâmbio por conta própria [05:47, 06:09].
Essa espera foi vital para a preparação minuciosa que fizeram no Brasil:
- Múltiplos Empregos: Para juntar o dinheiro, Arley trabalhava em quatro empregos simultâneos — três escolas (como professor de história e filosofia) e um restaurante mexicano à noite [06:20, 06:33]. Giovana, também professora de história, era gerente de uma livraria [06:47].
- O Filho Autossuficiente: T. Felipe, desde os 17 anos, trabalhou em uma padaria e conseguiu guardar o salário integralmente. Ele afirma ter pago o próprio intercâmbio apenas com o que economizou nesse primeiro emprego [07:02, 07:23].
- Estratégia Financeira: Eles não só guardavam dinheiro, mas também o investiam para que ele ficasse “trabalhando para nós”, garantindo que a quantia estivesse protegida e rentável [08:32, 38:38].
A Comprovação Financeira na Prática: O R$ 150 Mil e o Foco na Segurança
Para a família, a chave foi se planejar acima do mínimo exigido. A comprovação financeira obrigatória na época era de €4.680 por pessoa [41:17]. Para os três, o total aproximado que trouxeram foi de R$150.000 [40:15, 41:26].
Arley explica que esse valor extra foi colocado para garantir que eles não passassem por “perrengue” e para ter uma margem de segurança caso demorassem a encontrar o primeiro emprego [40:23]. O dinheiro da comprovação financeira, como reforça T. Felipe, não é para ser gasto de imediato, mas serve como um colchão até que o imigrante comece a trabalhar [40:45].
A Batalha pelo Emprego e a Quebra do Paradigma da Vaidade
Em Dublin, Arley e T. Felipe trabalham no mesmo restaurante como Kitchen Porters (KP), enquanto Giovana trabalha como cleaner (limpeza) em um pub [20:45, 21:54].
A mudança de carreira, de professores universitários para trabalhos operacionais na Irlanda, não é vista como um problema. O casal já havia quebrado a “vaidade” em relação ao trabalho no Brasil, e Arley enfatiza: “Trabalho é dignidade, né? Você tá pagando suas contas, você tá vivendo, tá realizando seus sonhos” [43:03, 43:37].
Dicas de T. Felipe para conseguir emprego:
- Use a Experiência Brasileira: Ele conseguiu seu primeiro emprego de Deli Assistant usando a experiência que teve na padaria no Brasil, algo que o empregador valorizou [24:54].
- Fale com o Gerente (Manager): Não perca tempo entregando currículo para outros funcionários. Vá ao local e pergunte se o gerente está presente, pois o funcionário pode acabar não repassando o contato [25:21, 25:25].
- Bote a Cara: A timidez não ajuda. É preciso ter coragem e praticar o inglês que se tem. “Se você não praticar, não ficar imerso, você nunca vai evoluir” [22:37, 22:56].
Visto de Trabalho (Work Permit): A Estratégia de Carreira a Longo Prazo
O objetivo da família Tasso não é apenas cumprir os dois anos de intercâmbio, mas permanecer no país [27:43]. Para isso, eles traçaram uma estratégia dupla visando o visto de trabalho na Irlanda:
- Carreira na Gastronomia: A experiência atual na cozinha é vista como um caminho para que um deles alcance a posição de Chef, que é uma profissão que costuma oferecer visto de trabalho no país [27:24, 27:32].
- Homecare (Cuidador de Idosos): Ainda no Brasil, o casal fez cursos de homecare e cuidador de idosos, outra profissão em alta demanda na Irlanda que facilita o Work Permit [27:48, 28:55]. A Giovana comenta que essa é uma das profissões com mais oferta de visto devido à grande necessidade do país por profissionais comprometidos [29:08].
Morar no Centro de Dublin: Vale a Pena Pagar Mais pelo Tempo?
A família se adaptou muito rapidamente, inclusive ao clima de Dublin — Giovana confessa ser “suspeita para falar” porque achou tudo perfeito na Irlanda, inclusive o tempo [29:29, 29:33].
Em relação à acomodação, eles valorizam a localização sobre o espaço. Eles saíram de um apartamento de dois quartos em D5 (mais afastado) que custava €2.650 e se mudaram para um flat de um quarto no centro, na região da Parnel Street [19:45, 18:50]. O aluguel atual é de €2.200 por mês [18:56].
A prioridade é o tempo: a nova localização permite que cheguem à escola em 5 minutos e ao trabalho em 25 minutos de ônibus, o que aumenta a qualidade de vida [17:39, 15:03].
Quebra de Expectativa: O Choque Cultural (e Salarial)
- Irlandeses Calorosos: A maior quebra de expectativa de T. Felipe foi com o povo local, que ele esperava que fosse frio como outros europeus. Em vez disso, encontrou irlandeses “muito gente boa” e “calorosos”, o que o surpreendeu positivamente [31:59, 32:06].
- O Poder da Imersão: Arley e Giovana superaram o medo do inglês depois que o filho os confrontou: “a partir do momento que você cruza um oceano, você já tem que perder seus medos, porque a coisa mais medonha você já fez” [34:09, 34:14]. Hoje, a família lida com a imersão de sotaques do mundo todo (indiano, americano, eslovaco, irlandês) [35:05].
- Segurança no Centro: Em contraponto aos mitos, Giovana afirma que se sente “super segura”, inclusive voltando para casa no centro de Dublin às 2h da manhã com o celular na mão, algo impensável no Brasil [49:17].
- Turismo e Lazer: Mesmo trabalhando, a família já conseguiu viajar para a Escócia, Manchester (Inglaterra), Portugal e Belfast em apenas sete meses, aproveitando a localização e os preços acessíveis [38:52, 39:07].
A história dos Tassos mostra que a mudança para o exterior não precisa ser um salto no escuro, mesmo com as dificuldades de encontrar acomodação ou emprego que a maioria dos imigrantes enfrenta. Para eles, a organização financeira (o total de R$150.000 para a Família Intercambista Irlanda) e a preparação mental foram o diferencial para evitar o “perrengue” [40:23, 45:31].
Se o seu sonho é viver fora, a lição da família é clara: planeje, junte dinheiro, fortaleça seu mental e, se puder, venha em união [45:56, 46:04].
Assista ao episódio completo e confira a visita de Bolder ao apartamento dos Tassos: UMA FAMÍLIA DE 3 INTERCAMBISTAS NA IRLANDA. Não se esqueça de curtir o vídeo e seguir os Tassos pelo Mundo nas redes sociais! [05:22:08]
